Passam os anos e o conceito de casamento sofreu e sofre inúmeras alterações.
Se compararmos os casamentos de há uns 50 anos atrás ou mesmo 100, estes são
completamente diferentes... e não falo apenas pelas épocas, mas sim pelos
valores, pelo conceito, pela aceitação social que esta imputada no ato em sí e
pela aprovação ou não da família.
Há uns valentes anos atrás os casamentos eram inicialmente uma forma de
preservar património e poder, falo dos casamentos arranjados, e que em alguns países
ainda se praticam como forma de continuar uma tradição que priva a liberdade de
escolha e obriga os pares a contraírem contra vontade o casamento.
Seguiram se os casamentos tradicionais, nos quais as pessoas namoriscavam na
presença dos seus progenitores e onde se cortejava a noiva e se pedia sua mão
em casamento. Nesta altura e apesar de parecer que havia maior liberdade, a
escolha do par era sempre decidida pelos pais dos intervenientes, seja por
quererem preservar o bom nome ou estatuto ou seja para evitar possíveis
escolhas erradas...
Avançando pelo tempo seguiu a época mais "estranha" na qual os
casamentos aconteciam por "obrigação" fruto do rebento que existia de
forma inadvertida no ventre materno. Este tipo de situações acontecia pela
falta de informação no que respeita aos contracetivos e as formas de evitar
estas questões. Alem disto claro o facto de namorada ter sido desflorada pelo
rufia e por essa infâmia ter que assumir o casamento com a mesma.
E passando para os dias de hoje, inicialmente verificamos o surgimento da
palavra... União de Facto. Sim é uma forma legal de dizer que as pessoas estão
juntas, coabitam juntas e se relacionam, mas... Não estão casadas. Esta palavra
pode parecer discriminatória, mas acaba por dar uma oportunidade aos casais de
se conhecerem, de viverem juntos, de aprenderem a coabitar sobre um mesmo teto
e partilharem deveres e obrigações. Serve para saber até que ponto ambos são compatíveis
e se o casamento será o caminho adequado para confirmar seu amor.
Sem dúvida que é a forma mais "correta" de se fazer as coisas,
pois evitam se erros de percurso e opções erradas e de certa forma cria as
bases de uma relação mais solida e estável, mas, desengane se quem pensa que é
a forma perfeita, cada um é como é e cada qual responsável por si e por aquilo
que deseja da sua vida.
A liberalização do sexo e dos relacionamentos pré nupciais criou um
paradigma sobre o que é correto e o que não o é, pois no fundo estamos a tornar
algo banal e a agir com instintos animalescos para satisfazer os nossos desejos
carnais. Liberdade sim mas com consciência sempre e de forma moderada.
Finalmente o "contrato" que é assinado perante o notário no qual
assumimos o nosso papel e aceitamos as condicionantes do mesmo... Isto para
não falar da parte comercial da coisa, seja pelo facto de pagar o casamento,
bem como o facto de ter que fazer a cerimónia e ainda o famoso enfarda brutos
do "copo d´água". Simplesmente uma forma de gastar dinheiro de forma
intensiva para provar a sociedade que temos posses e que oficializamos o ato em
si. Sem nunca pensar no endividamento que podemos contrair por ter uma atitude
tresloucada e por ter que no fim sofrer com esse fardo.
Cada um faz as suas opções, mas... Fechar os olhos e passar cheques em
branco por um dia... Parece me a mim que é algo insano que pode levar ao
desastre de muitos casais em inicio de vida.
Desta forma, apenas concluo referindo que casar é algo que deve ser pensado,
simplesmente porque é um ato de amor e de compromisso e não de obrigação. Deve
ser espontâneo e único para o casal e não para todos os "convidados".
Afinal a vida é a dois e não partilhada...
O dinheiro não traz felicidade, mas as dividas podem tirar a felicidade a
muitas pessoas.
O fruto será sempre terem descendentes para alegrar as vossas vidas e tornar
vos pessoas melhores e de bem.
Blog De Todos Para Todos
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