sábado, 3 de janeiro de 2015

Casamento

Passam os anos e o conceito de casamento sofreu e sofre inúmeras alterações. Se compararmos os casamentos de há uns 50 anos atrás ou mesmo 100, estes são completamente diferentes... e não falo apenas pelas épocas, mas sim pelos valores, pelo conceito, pela aceitação social que esta imputada no ato em sí e pela aprovação ou não da família.

Há uns valentes anos atrás os casamentos eram inicialmente uma forma de preservar património e poder, falo dos casamentos arranjados, e que em alguns países ainda se praticam como forma de continuar uma tradição que priva a liberdade de escolha e obriga os pares a contraírem contra vontade o casamento.

Seguiram se os casamentos tradicionais, nos quais as pessoas namoriscavam na presença dos seus progenitores e onde se cortejava a noiva e se pedia sua mão em casamento. Nesta altura e apesar de parecer que havia maior liberdade, a escolha do par era sempre decidida pelos pais dos intervenientes, seja por quererem preservar o bom nome ou estatuto ou seja para evitar possíveis escolhas erradas...

Avançando pelo tempo seguiu a época mais "estranha" na qual os casamentos aconteciam por "obrigação" fruto do rebento que existia de forma inadvertida no ventre materno. Este tipo de situações acontecia pela falta de informação no que respeita aos contracetivos e as formas de evitar estas questões. Alem disto claro o facto de namorada ter sido desflorada pelo rufia e por essa infâmia ter que assumir o casamento com a mesma.

E passando para os dias de hoje, inicialmente verificamos o surgimento da palavra... União de Facto. Sim é uma forma legal de dizer que as pessoas estão juntas, coabitam juntas e se relacionam, mas... Não estão casadas. Esta palavra pode parecer discriminatória, mas acaba por dar uma oportunidade aos casais de se conhecerem, de viverem juntos, de aprenderem a coabitar sobre um mesmo teto e partilharem deveres e obrigações. Serve para saber até que ponto ambos são compatíveis e se o casamento será o caminho adequado para confirmar seu amor.

Sem dúvida que é a forma mais "correta" de se fazer as coisas, pois evitam se erros de percurso e opções erradas e de certa forma cria as bases de uma relação mais solida e estável, mas, desengane se quem pensa que é a forma perfeita, cada um é como é e cada qual responsável por si e por aquilo que deseja da sua vida.

A liberalização do sexo e dos relacionamentos pré nupciais criou um paradigma sobre o que é correto e o que não o é, pois no fundo estamos a tornar algo banal e a agir com instintos animalescos para satisfazer os nossos desejos carnais. Liberdade sim mas com consciência sempre e de forma moderada.

Finalmente o "contrato" que é assinado perante o notário no qual assumimos o nosso papel e aceitamos as condicionantes do mesmo... Isto para não falar da parte comercial da coisa, seja pelo facto de pagar o casamento, bem como o facto de ter que fazer a cerimónia e ainda o famoso enfarda brutos do "copo d´água". Simplesmente uma forma de gastar dinheiro de forma intensiva para provar a sociedade que temos posses e que oficializamos o ato em si. Sem nunca pensar no endividamento que podemos contrair por ter uma atitude tresloucada e por ter que no fim sofrer com esse fardo.

Cada um faz as suas opções, mas... Fechar os olhos e passar cheques em branco por um dia... Parece me a mim que é algo insano que pode levar ao desastre de muitos casais em inicio de vida.

Desta forma, apenas concluo referindo que casar é algo que deve ser pensado, simplesmente porque é um ato de amor e de compromisso e não de obrigação. Deve ser espontâneo e único para o casal e não para todos os "convidados". Afinal a vida é a dois e não partilhada...
O dinheiro não traz felicidade, mas as dividas podem tirar a felicidade a muitas pessoas.

O fruto será sempre terem descendentes para alegrar as vossas vidas e tornar vos pessoas melhores e de bem.


 Blog De Todos Para Todos

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