terça-feira, 7 de abril de 2015

Os Sentidos e as Sombras

O sistema sensorial é a parte do sistema nervoso responsável pelo processamento de informações sensoriais. O Sistema sensorial consiste nos recetores sensoriais, nos neurónios aferentes, e nas partes do cérebro envolvidas no processamento da informação. Os sentidos são os meios através dos quais os seres vivos percebem e reconhecem outros organismos e as características do meio ambiente em que se encontram -- em outras palavras, são as traduções do mundo físico para a mente. Os mais conhecidos são cinco: a visão, a audição, o tato, o paladar e o olfato, mas é consenso na comunidade científica que os seres humanos possuem muito mais. Não há, porém, acordo na quantidade , pois isso depende da definição não muito sólida do que constitui um sentido.

Mas até que ponto podemos confiar nestes “sentidos” serão eles validos para a nossa interpretação do que chamamos “real”. Será que com os olhos observamos o que devemos ou apenas o que o nosso cérebro descodifica e sendo assim cada um tem uma perspetiva diferente do que vê? Será a visão falível? Ou mesmo alternativa a cada ser vivo... O que eu vejo será o mesmo que o que tu vês?

Audição, sentido que é usado para ouvir e detetar sons e ruídos, este é de grande importância pelo facto de nos alertar aos perigos eminentes que nos rodeiam e nos informar para poder reagir. Tal como a visão, será que cada um ouve o mesmo? Se possuímos gostos musicais diferentes, poderá ser mais uma vez o nosso cérebro a selecionar o que é “agradável” do que não o é?

O tato, sentido essencial para pessoas que não possuem visão. Através deste sentido ganhamos a capacidade de definir, detetar, sentir, dar forma a objetos, pessoas e seres vivos. Com este sentido desenvolvido as capacidades da pessoa crescem ao ponto de poder ler com os dedos e aprender mil e uma formas de sobreviver na selva da sociedade.

Paladar e olfato, estes dois tinham que ficar juntos, pois existe registo de que usamos o nariz para comer, sim pois antes de ingerirmos os alimentos estes passam pelo nariz e detetam se o que estamos a ingerir é bom ou não ou se esta em condições de ser consumido. Comer sem “cheirar” poderia causar graves intoxicações ou doenças.

Enfim todas estas descrições para chegar a uma pergunta: Serão os nossos sentidos dignos da nossa confiança? Será que toda a informação que nos facultam é realmente verdadeira e valida?

Temos varias teorias mas aquela que mais me desperta interesse é a Alegoria da Caverna de Platão, esta diz que ao imaginarmos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos eram aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi obscuridade, olhar o que se passa no interior. A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros – no exterior, portanto – há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida um muro, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetas. Ao longo desse muro/palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas.

Até que ponto nos não observamos “sombras” fruto do que olhamos nas televisões e nos programas de entretenimento. Até que ponto consideramos verdade e puro o que nos atiram a vista e será que somos capazes de filtrar o real e verdadeiro do que é sensacionalista e adulterado. Estaremos a ver sombras? Será que somos capazes de olhar para a verdade sem ficar cegos pela mesma? Estará a nossa mente a ficar “acomodada” a uma realidade sem sequer a questionar e tentar saber mais?

A preguiça é inimiga do conhecimento e do saber. Torna nos mais irracionais e mais agressivos, desperta em nós instintos primitivos e animalescos e ao mesmo tempo torna nos “domesticáveis” para os interesses da sociedade. Povo ignorante e sem interesse pelo conhecimento e pela verdade sujeita se melhor ao que lhe é imposto e não questiona o porque das coisas acontecerem.

Por isso devemos sempre procurar varias versões da mesma verdade e depois tirar as nossas próprias conclusões. Exercitar a nossa mente e nosso cérebro de forma a poder escolher o que acharmos que é melhor para nós. Podermos escolher o nosso destino. A mente é o melhor dos sentidos pois no fim é na mente que todos os sentidos se integram e é na mente que se tiram as conclusões finais.

Sempre FORA da CASCA
em

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